quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Roderick: "Dizem-me que já estou a mostrar mais alguma coisa"

Chega com passo descontraído, sem pressas. Das palavras transparecem a humildade e, apesar de ter 20 anos de idade, o tom é de um adulto que sabe o que quer e para onde vai. De férias alargadas em Portugal em face da paragem de Inverno no campeonato suíço, Roderick fala O JOGO sem cortar temas de carrinho.


Depois de ter jogado na última época, pensava em sair do Benfica?
No final da época, não. Sabia que ia ser complicado fazer parte dos planos e poder jogar, mas até ao fim do Mundial de sub-20 tive sempre esperança. Depois, quando Luisão e Garay começaram a jogar e a formar uma dupla muito boa e sólida, percebi que não iria ter muito espaço de manobra no Benfica e comecei logo a pensar que o melhor seria ir um ano para fora. No início da época, como não havia uma dupla de centrais formada, ainda tinha a esperança de poder fazer parte do plantel. A chegada de Garay veio complicar, mas não estou triste por ter saído do Benfica. Estou a evoluir.

Jorge Jesus falou consigo?
Sim, e também António Carraça e até o presidente Luís Filipe Vieira. Todos disseram que este seria um ano para rodar, de forma a poder voltar na próxima época e que me iriam receber de braços abertos.

Acredita que poderia ocupar hoje o lugar de Miguel Vítor?
Se o Miguel tivesse saído, provavelmente era eu a ficar no plantel, sim. Mas pela minha parte estou contente, porque posso jogar. Por outro lado, fico triste pelo Miguel, por não ter chances de jogar. Ele gostava de sair para jogar e ainda por cima agora está lesionado. É sempre uma situação complicada, mas fico feliz por ter saído, porque já no ano passado gostaria de ter jogado com mais regularidade. Já sabia que tinha de ter muita paciência, mas quero é jogar.

Aos 20 anos, é uma grande promessa do futebol nacional. Tem medo de se tornar uma "eterna promessa"?
Não. Só tenho medo de uma coisa, que é lesionar-me com gravidade e poder passar ao lado de uma carreira. De resto, não tenho medo de nada. Sei que tenho de melhorar a cada dia que passa e muitas pessoas podem dizer que sou uma promessa, mas o que elas dizem não se escreve. Tenho de ser eu a escrever o meu próprio destino. Claro que o meu objectivo é confirmar o que as pessoas dizem e fazer uma carreira bonita. Quero poder escrever o meu nome na história, mas não tenho medo de passar ao lado de uma carreira. Se assim tiver de ser, será. É como diz o meu pai: o destino está traçado e ou o percorremos, ou passamos ao lado. Este ano já estou a evoluir e as pessoas têm-me dito que já estou a mostrar algo mais. A minha auto-estima aumenta e vou continuar a tentar melhorar.

Rui Costa já viu em si um futuro Mozer; Costinha avança-o como futura referência da Selecção Nacional. Estas palavras colocam mais pressão sobre os seus ombros?
É sempre um orgulho ex-internacionais, jogadores referenciados por todo o mundo, elogiarem-nos. Mas não me sinto mais pressionado por isso. Fico, talvez, com mais responsabilidade. Dizerem isso a meu respeito demonstra confiança e não posso defraudar a confiança das pessoas. Sendo um amigo, é sempre suspeito, mas sendo um jogador famoso, uma referência, é sempre uma responsabilidade. Sei que tenho de esforçar-me sempre ao máximo e tenho um longo caminho para fazer.

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