terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cardozo: «Não estou tão bem fisicamente como desejaria»

Na conferência de imprensa desta terça-feira, que antecedeu o encontro do Benfica frente ao Hapoel Telavive, Cardozo revelou "não estar tão bem fisicamente como desejaria".
Ainda assim, o avançado garantiu que "apenas sente uma impressão", depois da recuperação da lesão no joelho esquerdo.
O paraguaio, que foi a principal novidade da convocatória para o encontro das águias em Israel, adiantou que está a trabalhar bem para ajudar a equipa:
"Tenho trabalhado com os meus companheiros, tenho feito muito bem o meu trabalho. Se jogar tratarei de fazer o meu melhor. Caso contrário, vou esperar no banco e ver o que posso fazer."
Quando questionado sobre o seu papel no Benfica, Cardozo respondeu:
"Não me sinto uma estrela, os meus companheiros podem fazer o mesmo. Têm mostrado que podem estar na equipa."

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Jorge Jesus: «É uma quase fínalíssima»

Jorge Jesus destacou, em conferência de imprensa, a importância do jogo de quarta-feira frente ao Hapoel para o apuramento dos encarnados para a próxima fase da Liga dos Campeões.
"Este é um jogo importante para os nossos objetivos. Sabemos que o apuramento passa pelo jogo de amanhã. Temos de estar a um nível forte", disse.
O treinador do Benfica disse ainda que este jogo tem um cariz diferente dos encontros fora já realizados na competição.
"É um jogo diferente dos contra o Schalke e Lyon. Trabalhámos para corrigir os erros cometidos nesses encontros, embora saibamos que o nosso adversário de amanhã irá apresentar um ritmo alto nos primeiros 30 minutos", referiu.
A terminar, Jesus classificou o jogo com o Hapoel como "quase uma finalíssima", acrescentando, contudo, que o encontro com o Schalke, em casa, na última jornada da fase de grupos, será decisivo para o apuramento.

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Benfica afina estratégia para o Hapoel

O Benfica treinou-se esta manhã no Bloomfield Stadium, onde amanhã irá defrontar o Hapoel Telavive em jogo a contar para a 5.ª jornada do Grupo B da Liga dos Campeões.
Os 21 jogadores convocados por Jorge Jesus trabalharam às ordens do técnico debaixo de uma temperatura elevada.

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Uma estranha derrota

O Benfica regressa a Israel, país onde jogou uma única vez para as competições europeias. A 26 de agosto de 1998, os encarnados perderam (2-4) no reduto do Beitar Jerusalém, num encontro em que os jogadores, conta quem viveu essa experiência, tiveram um comportamento… anormal. Amanhã, as águias esperam que a história seja diferente.
Recuando no tempo, o escocês Graeme Souness, após ter assumido o comando técnico das águias em novembro de 1997, conduziu os lisboetas ao 2.º lugar do campeonato, conquistando o direito de discutir um lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões. O nome do adversário (Beitar) criava a ilusão do regresso à ribalta do futebol europeu, quatro épocas depois da última participação.
O encontro da Luz, realizado a 12 de agosto, confirmou o favoritismo das águias: uma goleada por 6-0 permitiu aquelas voarem tranquilas para o Médio Oriente. Contudo, Souness foi bem claro na mensagem que passou na véspera da 2.ª mão da 2.ª pré-eliminatória: “Não admito facilidades.” Parecia que adivinhava uma catástrofe.
Sem reação
Perante 7 mil espectadores, Nuno Gomes, na conversão de penálti, aos 17 minutos, colocou o Benfica em vantagem. O Beitar daria a volta ao jogo e João Pinto ainda marcaria para os portugueses, aos 89 minutos. “Houve exibições que me deixaram desapontado”, disse o técnico escocês. “Os jogadores não cumpriram com o que lhes pedi”, queixou-se, ainda.
No balneário, os jogadores falaram sobre a exibição da equipa. “Houve qualquer coisa que não era muito normal. Não tínhamos reação, o tempo de salto não era o mesmo e, nos duelos individuais, perdíamos todos os lances. Sentíamo-nos cansados. Comentámos que se calhar foi alguma coisa que colocaram na água ou na comida”, sugere Paulo Madeira, de 40 anos, que cometeu o penálti de que resultou o 2.º golo dos israelitas.
Para o antigo defesa-central, o Beitar era um conjunto ao alcance do Benfica. “Eles estiveram ao nível do que tinham estado em Lisboa. Não tinham grande equipa. Aproveitaram um pouco a nossa falta de reação”, realça, frisando: “Aquela ida a Israel foi algo estranha e o jogo atípico, até pela falta de reação dos jogadores.”
O desafio com o Beitar é daqueles que ficam na memória, mas por “razões negativas”. Há 12 anos, a goleada conseguida na 1.ª mão permitiu amortecer o impacte da derrota averbada em Jerusalém. Desta vez, os encarnados esperam reagir perante o 3.º lugar que ocupam no Grupo B para não perderam o comboio dos oitavos-de-final da Champions. “Aposto numa vitória por 2-0”, remata Paulo Madeira.

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Alerta para contra-ataque israelita

Amigos, companheiros de equipa no Hapoel Beer Sheva e vizinhos de prédio, Ricardo Fernandes e Bernardo Vasconcelos vivem a deslocação dos encarnados a Israel de forma diferente. Um já vestiu as camisolas do FC Porto e do Sporting e pouco mais será do que um mero espectador, o outro, filho do antigo médico do Benfica, de quem herdou o nome, é adepto assumido das águias e, por isso, vai marcar presença no Bloomfield Stadium.
“O Benfica vai ganhar claro”, dispara Bernardo Vasconcelos, de 31 anos, para quem a receita para vencer passa por “marcar primeiro”, considerando que essa será “a grande dificuldade” da equipa de Jorge Jesus. “Se isso acontecer, o jogo torna-se mais fácil, como aconteceu na Luz. Caso contrário pode complicar-se. O Hapoel troca bem a bola e vai apostar no contra-ataque porque tem jogadores muito rápidos na frente. É preciso ter muita atenção com isso. O Hapoel não tem muito a perder, mas é um jogo da Champions e, até por uma questão financeira, vai querer ganhar”, analisa o avançado.
Também Ricardo Fernandes, que já passou pelo futebol cipriota (APOEL, Anorthosis e AEL Limassol) e pela Ucrânia (Metalurg Donetsk) chama a atenção para “um ou outro jogador rápido” que o adversário das águias tem na frente. “Gosto muito do Schechter e penso que é aquele que pode criar mais perigo ao Benfica”, realça, deixando claro, porém, a diferença entre ambas as formações: “Sinceramente não me parece que o Hapoel seja uma equipa que tenha argumentos para o Benfica.”
O médio, de 32 anos, acredita que, apesar de ter muito pouco a ganhar, a formação israelita vai tentar contrariar a equipa da Luz e recorda mesmo o jogo de sábado com o Bnei Sakhin, para o campeonato local, no qual Eli Gutman apostou na gestão de jogadores: “Começaram a perder e acabaram por ganhar 3-1. Aos 60 minutos entraram alguns titulares e a equipa acabou a jogar da forma que deverá fazer com o Benfica. Notou-se que o treinador esteve a poupar atletas para a Champions. De qualquer forma, penso que o Benfica não deve preocupar-se em demasia. Venham é atentos!”
Ambiente quente
Javi Garcia foi o primeiro a falar do público israelita, que, segundo o espanhol do Benfica, transforma “todos os jogos numa festa” e Bernardo Vasconcelos confirma será esse o ambiente que os encarnados vão encontrar, à imagem do que acontece “na Grécia ou na Turquia”. “Eles vivem muito o jogo, há muita gritaria durante os desafios. Vai ser quente de certeza”, afirma.
Certeza partilhada por Ricardo Fernandes, embora o médio entenda que essa questão “não será um problema.” “O Benfica é muito superior a isso”, refere o jogador, para quem o potencial regresso de Cardozo ao onze de Jesus é uma mais-valia: “Um jogador como ele faz sempre falta, até pelos golos que marca.”
Longe de Lisboa, onde nasceu, Bernardo Vasconcelos continua a torcer pela formação da Luz – chegou a jogar no Benfica B – e segue sempre que pode o campeonato português, mas fica-se por aqui a ligação ao nosso país. “Há muito tempo que não penso em regressar. Nunca estive num clube de topo em Portugal e sei que nunca me vão dar as condições que tenho, neste momento, no estrangeiro”, desabafa o atacante, que já representou, entre outros, o Alverca, o Estoril, a U. Leiria, bem com os cipriotas Omonia Nicósia, o APOP e o AEP Paphos.
Nesta convicção é, aliás, seguido por Ricardo Fernandes que vai andar “por fora, mais dois ou três anos”, onde pretende terminar uma carreira que teve como ponto alto a conquista da Liga dos Campeões pelo FC Porto de José Mourinho na temporada 2004/05.

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