segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Águia mata com mais paciência

O Benfica ataca melhor do que em 2010/11. Sobretudo de forma posicional. Aliás, algo que o próprio Jorge Jesus destacou recentemente, referindo-se aos 45' excepcionais das águias na primeira parte com o Otelul Galati. A explicação é simples: os encarnados recuperam melhor a bola, seguram-na com mais certeza e matam com mais paciência, demonstrando uma maior tendência para finalizar junto da baliza dos adversários.

Para Silas - experiente médio do AEL Limassol -, tudo isto se deve à "mudança de estrutura". "O Benfica evoluiu de um 4x4x2 em losango para um 4x3x3 e está agora muito mais forte. Está mais bem posicionado, recupera melhor a bola e tem paciência no ataque", considera Silas, que trabalhou com Jesus duas épocas no Belenenses, confessando-se adepto deste esquema: "O 4x3x3 é um dos sistemas mais equilibrados em termos de organização ofensiva. Permite fazer uma boa posse de bola para tentar romper a estrutura defensiva adversária." Os dados oficiais da Liga comprovam esta visão, pois as águias são, a par da Académica, a equipa com maior posse de bola no meio-campo rival (48,9 por cento).

Silas não tem dúvidas em frisar que "este Benfica está mais equilibrado", destacando também que Jesus "olhou para as características dos jogadores" para montar a equipa. Por isso, com atletas como Gaitán, Salvio ou agora Nolito e Bruno César, que "dão grande profundidade e finalizam muito bem", optou por deixar de lado o 4x4x2, no qual "Ramires era muito importante, pois fazia a basculação a fechar o meio-campo com enorme qualidade". Assim, "com o 4x3x3, os extremos não são tão obrigados a fazer essa basculação e chegam à área com mais facilidade".

Depois de um ano demolidor em 2009/10, no qual venceu o título nacional e revelou enorme veia goleadora, o Benfica perdeu gás no último ano. Porém, voltou a apresentar fortes argumentos esta época. Novamente mais efectivo no ataque à baliza rival, o conjunto encarnado aumentou a percentagem de golos obtidos na pequena área em relação a 2010/11. Para já, leva 19,4 por cento de golos (seis em 31) na zona de acção do guardião, valor superior aos 18,6 da última época (em 113, fizeram 21 na pequena área). Além disso, tem visto jogadores como Nolito ou Bruno César assumirem-se como peças fundamentais na finalização. Silas explica a O JOGO que "todas as equipas com um forte ataque posicional permitem não só que os avançados mas também os médios e os extremos façam golos", frisando que "com mais e melhor tempo de ataque organizado, estes jogadores acabam por pisar mais a área e surgir em zonas de finalização". "É uma consequência lógica desta forma de atacar", diz.

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