terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Salvio era a peça que faltava

A imagem está estafada mas não deixa de ser a que melhor define a situação de Salvio. O camisola 8 é o primeiro reforço do Benfica, em 2011, e fecha o círculo de jogadores do meio-campo para a frente que comunicam em castelhano.
Emprestado pelo Atlético Madrid, Salvio demorou perto de 4 meses a dar um ar da sua graça na Luz. A 18 de dezembro, por ocasião da receção ao Rio Ave, contribuiu com um bis para a goleada que encerrou a campanha dos encarnados em 2010. Por confirmar ficou, então, o seguinte cenário: teria sido uma mera prenda no sapatinho do Benfica em período natalício? O regresso em plano elevado deste repentista das pampas em 2011 veio desvendar o resultado desta equação. Mais um magnífico remate certeiro desatou a receção ao Marítimo, referente à jornada inaugural da Taça da Liga, e catapultou em definitivo o camisola 8 para a titularidade no lado direito do meio-campo. E quem ficará a perder com isto? Em termos práticos Carlos Martins, dono e senhor daquela posição até à ponta final de 2010. A partir de agora, o internacional português terá de dividir o protagonismo com Salvio no lado direito – a sobrecarga competitiva irá obrigar o treinador a rodar os jogadores – ou rumar a outras paragens, mais concretamente ao eixo central do meio-campo, fazendo aí concorrência a Aimar. Tudo indica que Jorge Jesus irá optar por não conceder o estatuto de titular absoluto a qualquer destes elementos, promovendo assim uma saudável competitividade entre eles. Essa será uma forma de lhes extrair o máximo de rendimento no momento em que se começam a definir as quatro provas em que o Benfica se encontra envolvido.
Sexteto
O mundo do futebol não ficou imune à globalização, muito pelo contrário. O Benfica obviamente também não e, face à ascensão de Salvio, passou a comunicar só em castelhano do meio-campo para a frente. O espanhol Javi García protege uma intermediária igualmente composta pelos argentinos Salvio, Gaitán e Aimar. O sector atacante dá azo a uma aliança argentino-paraguaia: Saviola/Cardozo. À espreita de uma qualquer oportunidade encontram-se os portuguesíssimos Carlos Martins e Ruben Amorim. Face à sobrecarga de jogos e à provável erosão física, quer um quer o outro vão certamente dispor de bastantes minutos até ao cair do pano. Refira-se, a propósito, que o sector defensivo também surge salpicado de elementos que se expressam na língua de Cervantes. O espanhol Roberto, na baliza, e o uruguaio Maxi Pereira, no lado direito do quarteto recuado, transmitem ainda maior peso à tendência que vigora nos corredores do Estádio da Luz.
“Amigão”
Salvio é o homem do momento na nação benfiquista, contabilizando 3 golos nos últimos 2 jogos. Com o pé quente está também Saviola, que leva 2 tentos nos derradeiros 2 desafios. Pode ou não ser coincidência, mas a verdade é que El Conejo é o jogador que mantém uma relação mais estreita com Salvio fora dos relvados. Um forte laço de amizade une estes dois jogadores nascidos na Argentina (Salvio é natural de Avellaneda e Saviola de Buenos Aires), a que não será alheio o facto de as suas mulheres se darem também bastante bem. Quem fica a ganhar com isto é obviamente o Benfica. Jorge Jesus agradece e, de certa forma, não deixará de alimentar esta saudável harmonia em termos de finalização, a qual poderá tornar-se imprescindível na fase decisiva da época.

Record

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