terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A aprender o bê-a-bá

El Toto promete ser um grande reforço de Inverno para Jorge Jesus. O técnico encarnado tem entre mãos um diamante em bruto e tem sido mesmo obrigado a um trabalho cuidado com o camisola 8, por forma a ensinar a Salvio algumas noções básicas de futebol. Tudo porque, na sua óptica, o extremo chegou à Luz "sem conhecimento táctico do jogo", reparo que também Quique Flores já havia feito no Atlético de Madrid. Apesar disso, ambos reconhecem grandes potencialidades ao futebolista, de 20 anos, com Jesus a considerar que "o miúdo" está agora "a justificar a oportunidade".
Salvio demorou para mostrar qualidades na Luz, precisamente a exemplo do que aconteceu na sua primeira aventura na Europa, no Atlético de Madrid, onde Quique Flores apontou por diversas vezes as suas deficiências. "Está em fase de adaptação. É um jogador muito jovem e tacticamente está atrás dos seus companheiros, mas faz muitas perguntas e aplica-se muito", referiu o técnico espanhol pouco depois de o contratar, em Janeiro. Meses mais tarde voltava a fazer declarações no mesmo sentido. "Falta-lhe muito tacticamente, e não há tempo para treinar. Não se lhe pode pedir mais", referiu em Abril, não deixando, ainda assim, de considerar El Toto como "um jogador importante" para o presente e para o futuro, pois permitia "alternativas no meio-campo e no ataque".
Feliz com a evolução que o jogador foi demonstrando, Quique Flores elogiou-o após o primeiro jogo em que alinhou a titular, no qual marcou dois golos. "Já reúne as condições que pretendíamos. Teve uma fase de adaptação, e sabemos que teve um período de aprendizagem. O Salvio que veremos no próximo ano não tem nada a ver com o deste ano", referiu, a 26 de Abril, após a partida com o Tenerife.
O técnico espanhol vaticinava um Salvio mais forte em 2010/11, mas a verdade é que o extremo demorou a afirmar-se sob o comando de Jesus, que no último domingo, admitiu que "é o tempo que faz tudo". "É um menino com 20 anos. Foi-se adaptando e, quando lhe demos uma oportunidade, agarrou-a", disse.
Se tanto Jesus como Quique Flores demonstraram preocupações com Salvio a nível táctico, já Ramón Cabrero, antigo técnico do jogador no Lanús, desvaloriza a questão a O JOGO. "O futebol argentino é diferente do futebol europeu e comigo não tinha obrigação de defender, mas sim de atacar. É um jogador forte fisicamente e muito rápido e pode fazê-lo, mas para mim, apesar de jogar também pela direita, tinha sobretudo responsabilidades ofensivas", revela, explicando que, no período em que treinou Salvio, a sua principal preocupação era "treinar a finalização".

O Jogo

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