terça-feira, 23 de novembro de 2010

Uma estranha derrota

O Benfica regressa a Israel, país onde jogou uma única vez para as competições europeias. A 26 de agosto de 1998, os encarnados perderam (2-4) no reduto do Beitar Jerusalém, num encontro em que os jogadores, conta quem viveu essa experiência, tiveram um comportamento… anormal. Amanhã, as águias esperam que a história seja diferente.
Recuando no tempo, o escocês Graeme Souness, após ter assumido o comando técnico das águias em novembro de 1997, conduziu os lisboetas ao 2.º lugar do campeonato, conquistando o direito de discutir um lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões. O nome do adversário (Beitar) criava a ilusão do regresso à ribalta do futebol europeu, quatro épocas depois da última participação.
O encontro da Luz, realizado a 12 de agosto, confirmou o favoritismo das águias: uma goleada por 6-0 permitiu aquelas voarem tranquilas para o Médio Oriente. Contudo, Souness foi bem claro na mensagem que passou na véspera da 2.ª mão da 2.ª pré-eliminatória: “Não admito facilidades.” Parecia que adivinhava uma catástrofe.
Sem reação
Perante 7 mil espectadores, Nuno Gomes, na conversão de penálti, aos 17 minutos, colocou o Benfica em vantagem. O Beitar daria a volta ao jogo e João Pinto ainda marcaria para os portugueses, aos 89 minutos. “Houve exibições que me deixaram desapontado”, disse o técnico escocês. “Os jogadores não cumpriram com o que lhes pedi”, queixou-se, ainda.
No balneário, os jogadores falaram sobre a exibição da equipa. “Houve qualquer coisa que não era muito normal. Não tínhamos reação, o tempo de salto não era o mesmo e, nos duelos individuais, perdíamos todos os lances. Sentíamo-nos cansados. Comentámos que se calhar foi alguma coisa que colocaram na água ou na comida”, sugere Paulo Madeira, de 40 anos, que cometeu o penálti de que resultou o 2.º golo dos israelitas.
Para o antigo defesa-central, o Beitar era um conjunto ao alcance do Benfica. “Eles estiveram ao nível do que tinham estado em Lisboa. Não tinham grande equipa. Aproveitaram um pouco a nossa falta de reação”, realça, frisando: “Aquela ida a Israel foi algo estranha e o jogo atípico, até pela falta de reação dos jogadores.”
O desafio com o Beitar é daqueles que ficam na memória, mas por “razões negativas”. Há 12 anos, a goleada conseguida na 1.ª mão permitiu amortecer o impacte da derrota averbada em Jerusalém. Desta vez, os encarnados esperam reagir perante o 3.º lugar que ocupam no Grupo B para não perderam o comboio dos oitavos-de-final da Champions. “Aposto numa vitória por 2-0”, remata Paulo Madeira.

Record

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