terça-feira, 23 de novembro de 2010

Alerta para contra-ataque israelita

Amigos, companheiros de equipa no Hapoel Beer Sheva e vizinhos de prédio, Ricardo Fernandes e Bernardo Vasconcelos vivem a deslocação dos encarnados a Israel de forma diferente. Um já vestiu as camisolas do FC Porto e do Sporting e pouco mais será do que um mero espectador, o outro, filho do antigo médico do Benfica, de quem herdou o nome, é adepto assumido das águias e, por isso, vai marcar presença no Bloomfield Stadium.
“O Benfica vai ganhar claro”, dispara Bernardo Vasconcelos, de 31 anos, para quem a receita para vencer passa por “marcar primeiro”, considerando que essa será “a grande dificuldade” da equipa de Jorge Jesus. “Se isso acontecer, o jogo torna-se mais fácil, como aconteceu na Luz. Caso contrário pode complicar-se. O Hapoel troca bem a bola e vai apostar no contra-ataque porque tem jogadores muito rápidos na frente. É preciso ter muita atenção com isso. O Hapoel não tem muito a perder, mas é um jogo da Champions e, até por uma questão financeira, vai querer ganhar”, analisa o avançado.
Também Ricardo Fernandes, que já passou pelo futebol cipriota (APOEL, Anorthosis e AEL Limassol) e pela Ucrânia (Metalurg Donetsk) chama a atenção para “um ou outro jogador rápido” que o adversário das águias tem na frente. “Gosto muito do Schechter e penso que é aquele que pode criar mais perigo ao Benfica”, realça, deixando claro, porém, a diferença entre ambas as formações: “Sinceramente não me parece que o Hapoel seja uma equipa que tenha argumentos para o Benfica.”
O médio, de 32 anos, acredita que, apesar de ter muito pouco a ganhar, a formação israelita vai tentar contrariar a equipa da Luz e recorda mesmo o jogo de sábado com o Bnei Sakhin, para o campeonato local, no qual Eli Gutman apostou na gestão de jogadores: “Começaram a perder e acabaram por ganhar 3-1. Aos 60 minutos entraram alguns titulares e a equipa acabou a jogar da forma que deverá fazer com o Benfica. Notou-se que o treinador esteve a poupar atletas para a Champions. De qualquer forma, penso que o Benfica não deve preocupar-se em demasia. Venham é atentos!”
Ambiente quente
Javi Garcia foi o primeiro a falar do público israelita, que, segundo o espanhol do Benfica, transforma “todos os jogos numa festa” e Bernardo Vasconcelos confirma será esse o ambiente que os encarnados vão encontrar, à imagem do que acontece “na Grécia ou na Turquia”. “Eles vivem muito o jogo, há muita gritaria durante os desafios. Vai ser quente de certeza”, afirma.
Certeza partilhada por Ricardo Fernandes, embora o médio entenda que essa questão “não será um problema.” “O Benfica é muito superior a isso”, refere o jogador, para quem o potencial regresso de Cardozo ao onze de Jesus é uma mais-valia: “Um jogador como ele faz sempre falta, até pelos golos que marca.”
Longe de Lisboa, onde nasceu, Bernardo Vasconcelos continua a torcer pela formação da Luz – chegou a jogar no Benfica B – e segue sempre que pode o campeonato português, mas fica-se por aqui a ligação ao nosso país. “Há muito tempo que não penso em regressar. Nunca estive num clube de topo em Portugal e sei que nunca me vão dar as condições que tenho, neste momento, no estrangeiro”, desabafa o atacante, que já representou, entre outros, o Alverca, o Estoril, a U. Leiria, bem com os cipriotas Omonia Nicósia, o APOP e o AEP Paphos.
Nesta convicção é, aliás, seguido por Ricardo Fernandes que vai andar “por fora, mais dois ou três anos”, onde pretende terminar uma carreira que teve como ponto alto a conquista da Liga dos Campeões pelo FC Porto de José Mourinho na temporada 2004/05.

Record

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