quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Gaitán: "Quero deixar marca no Benfica"

Em entrevista a A BOLA, O esquerdino de 23 anos rejeita comparações com Di María, desvaloriza o facto de ser muitas vezes substituído, elogia Jesus e mostra um admirável espírito autocrítico ao admitir que às vezes perde bolas infantis e que tem um estilo de jogo que irrita os adeptos. Promete melhorar mas também jura que não deixará de arriscar.

- Quando chegou ao Benfica, em 2010, afirmou que estava a concretizar um sonho. O que sente ano e meio depois?

- Mudaram muitas coisas. Em termos futebolísticos penso que melhorei muito. No Boca [Juniors] jogava a avançado e penso que não tinha tantas preocupações e obrigações tácticas como aqui. Jogava mais livre, à minha maneira, o treinador dava-me liberdade para correr por toda frente de ataque. Aqui tenho uma posição, uma função específica a cumprir, o que me obriga a trabalhar mais para a equipa, em termos tácticos, e a estar sempre muito concentrado.

- Percebe-se que não foi uma adaptação fácil.

- Sim, no início custou-me, mas com o tempo e os jogos comecei a sentir-me cada vez mais confortável.

- Aimar disse a A BOLA que só ao fim de três anos percebeu o tamanho e o impacto do Benfica.

- A verdade é que o Benfica não é um clube muito seguido na Argentina porque lá não passam os jogos da Liga portuguesa, embora recentemente as coisas tenham mudado um pouco devido à presença de muitos jogadores argentinos aqui no clube e também pela campanha que o clube fez na Liga Europa, na época passada, e com o que tem feito este ano na Champions. O Benfica surpreendeu-me, confesso, não tinha a noção exacta. É realmente um clube muito grande. Na última temporada, fiquei impressionado por termos sempre tantos adeptos em todo o lado, sobretudo nos jogos europeus. No Boca [Juniors] também é assim.

- A renovação, até 2016, foi a manifestação de que está no clube de corpo e alma?

- Sim, e deixou-me mais tranquilo também. Não comecei bem a época passada, mas depois da adaptação penso que consegui atingir um bom nível. Agora o difícil é mantê-lo e nunca sabemos o dia de amanhã, pode sempre aparecer uma lesão grave, estamos sujeitos a isso. Oxalá que nunca aconteça nada, que possa continuar a entrar no campo para me divertir, como sempre faço.

- Chegou com o rótulo de sucessor do Di María. Essa comparação incomoda-o?
- Não sou sucessor de ninguém nem venho substituir ninguém. Contrataram-me por algum motivo e vim para cá fazer o meu trabalho. O que Di María fez foi muito bom, a prova disso é que está no Real Madrid, mas não tenho o objectivo de ser mais ou menos do que alguém, apenas quero deixar a minha marca e ser reconhecido pelos adeptos. Para isso sei que tenho de ganhar títulos, o que não aconteceu até agora [n.d.r. venceu uma Taça da Liga]. Espero que seja este ano.

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