domingo, 4 de setembro de 2011

Artur: «Vim para ficar muito tempo»

Artur já conquistou a baliza e os adeptos. Quer ser guarda-redes de «longa duração». Desde Preud´Homme que se procura um indiscutível.

Artur é um dos jogadores em melhor momento de forma na equipa do Benfica e as suas exibições e importância têm sido elogiadas pela crítica e pelos adeptos, que se tornaram especialmente exigentes depois da má experiência com Roberto na baliza da águia na época passada, espanhol que protagonizou uma transferência milionária do Atlético Madrid para o Benfica (8,5 milhões de euros) mas não convenceu, voltando a Espanha (Saragoça) antes do começo desta temporada, e de novo por valores que deixaram muitos de boca aberta (8,6 milhões).

Artur chegou à Luz a custo zero, estava em final de contrato com o SC Braga, mas tem trinta anos e experiência suficiente para encarar este desafio com segurança, a mesma que coloca nas palavras quando fala do seu presente e futuro benfiquistas.

«A minha meta aqui é a de me consolidar cada vez mais como um guarda-redes que pode ter longa duração no Benfica, vim com o pensamento de ficar muito tempo», esclarece o guarda-redes, certo de que os seus objectivos vão aparecer «fruto de uma entrega diária» e da «regularidade nos jogos», pensando sempre «na quarta [provas europeias] e depois no domingo [Liga]», sem precipitações. «Numa equipa de qualidade e dimensão como é a do Benfica só conseguimos conquistar grandes coisas se trabalharmos todos os dias, sempre no máximo, porque no dia em que tiver um pequeno deslize isso pode deitar tudo a perder.»

Depois de terminado o contrato no Brasil, Artur saiu para Itália na época de 2007/2008; assinou dois anos pelo Siena mas em Janeiro foi cedido ao Cesena, transferindo-se para a Roma no final dessa mesma temporada. Teve o seu espaço no clube, depois de uma lesão de outro guarda-redes brasileiro, Doni, mas acabou depois por sair das primeiras escolhas do treinador, ficando atrás de Júlio Sérgio e Bogdan Lobont na corrida pela baliza romana.

Surgiu então o SC Braga, em 2010, e mesmo assim teve de esperar pela saída de Felipe para mostrar que tinha qualidade suficiente para ser titular. Foi titular, provou que merecia e o Benfica foi a correr contratá-lo.
Desde Michel Preud' Homme, histórico guarda-redes belga que entre 1994 e 1999 encheu a baliza do Benfica e encantou os adeptos, para os quais se tornou um ídolo, um líder e quase uma lenda, que o clube da Luz não consegue fidelizar um guarda-redes. Teve o malogrado alemão Robert Enke (suicidou-se em Novembro de 2009), que de 1999 a 2003 chegou a entusiasmar, mas a espaços; teve Quim, que nunca foi consensual entre a massa adepta. Chegou a vez de Artur. «Espero que sim», sorri o brasileiro, esforçando-se por não falar demasiado sobre um tema que não conhece em profundidade, mas adivinha delicado.

«Para mim é difícil tomar posição porque antes não acompanhava muito o que acontecia no Benfica, mas acho que tudo se relaciona com o momento em que chegas, em que está a equipa. Se está bem, é tudo bom e lá atrás também estará bem, tranquilo; se o momento é mau, será de maior cobrança para o guarda-redes. Já aprendi na minha carreira que essa é a base para tudo.»

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