sábado, 15 de janeiro de 2011

Fábio Coentrão: «Estamos mais fortes que o FC Porto»(Novo)

RECORD – Terminou agora a primeira volta do campeonato e o Benfica está a oito pontos do FC Porto. Essa é a bota que vai fazer a segunda volta do campeonato e dar muitas vitórias à equipa?

Fábio Coentrão – Espero que sim. Espero fazer nesta segunda volta do campeonato muitas coisas boas com esta bota. Quero marcar golos, espero que esta bota me traga felicidade e que também possa ajudar a equipa a chegar ao título de campeã nacional, que é o nosso principal objetivo.

R – Ainda acredita no título, agora que falta metade do campeonato para cumprir e a distância é de oito pontos?

FC – Claro que acredito no título, sem nenhuma dúvida. Sempre acreditei que era possível, continuo a acreditar apesar da desvantagem e estou confiante de que vamos, jogo a jogo, ganhar e depois no fim é que se vão fazer as contas. Veremos se somos capazes de ser campeões ou não, mas estou confiante de que vamos voltar a festejar o título.

R – Disse há algum tempo, em entrevista a “Record”, que o Marquês de Pombal já estava reservado para o Benfica. Esta reserva ainda se mantém para esta época?

FC – Claro que continua reservado. Quando não for possível matematicamente apanhar o nosso rival, que neste momento é o FC Porto porque é o líder, prometo que vou parar de falar na questão do título. Mas enquanto isso não acontecer, e for possível, vamos acreditar, continuar a manter esta fase de vitórias, jogar bem, que é o que temos vindo a fazer, com o objetivo de ainda voltarmos ao Marquês de Pombal este ano. É o nosso objetivo principal.

R – Nesta altura vê o Benfica muito mais forte do que o FC Porto, pelas últimas exibições das duas equipas em todas as competições?

FC – Sem dúvida nenhuma. O Benfica está mais forte que o FC Porto e nota-se que estamos a jogar como fizemos na temporada passada, em que fomos praticamente perfeitos. Fazendo uma análise, acho que o FC Porto esteve muito bem até ao mês de dezembro, jogou muito bem, ganhou jogos e o Benfica esteve mal, não conseguindo estar ao nível da temporada passada. Mas agora tudo mudou. A nossa equipa subiu mesmo muito de forma, tem estado muito bem, a um nível espetacular. Estamos a jogar um futebol muito agradável, todos têm gostado e temos sido elogiados pelos críticos. O FC Porto baixou muito o nível que apresentou, apesar de não podermos dizer que está mal. É certo que está a jogar bem, mas o Benfica vem a praticar um futebol igual ou melhor mesmo que o nosso rival.

R – Nota-se que após um começo algo conturbado, em que a equipa perdeu alguns encontros de forma inexplicável, existiu uma grande evolução. Sente no balneário que a equipa está muito mais forte e com força para o futuro?

FC – Sim, sem dúvida. Sentimo-nos frescos como uma alface. Estamos a sentir-nos bem, cada vez melhor. É claro que as vitórias nos trazem muita motivação e elevam-nos o moral. Infelizmente começámos mal e notou-se que os jogadores quebraram um pouco o ritmo que traziam do ano passado, porque as derrotas baixam a confiança, como é óbvio. Nós precisávamos de uma série de vitórias consecutivas para que a equipa ficasse mais motivada, e foi isso que aconteceu. Agora ganhámos vários jogos, os triunfos fizeram com que apresentemos este nível em janeiro e queremos mantê-lo até ao fim da época.

R – Um dos momentos marcantes desta primeira volta de campeonato foi a goleada sofrida no Estádio do Dragão, frente ao FC Porto. Esse resultado já foi muito dissecado mas sente uma necessidade de vingança no jogo da segunda volta?

FC – Foi um jogo mau, em que as coisas não nos correram mesmo nada bem. Mas a maior vingança que pode acontecer é simplesmente ganhar, seja qual for o resultado do encontro. Não é por ganhar ou perder um jogo que já não temos de pensar no próximo. Mesmo se tivéssemos ganho na primeira volta, algo que não aconteceu, queríamos repetir a vitória na segunda. Todos os encontros que disputamos, entramos sempre para ganhar, e o FC Porto é um adversário que não foge à regra e que é igual aos outros. Queremos sempre vencer e vamos tentar também superar o nosso rival.

R – Neste últimos tempos têm existido várias trocas de galhardetes entre o Benfica e o FC Porto. O presidente dos dragões, Pinto da Costa, tem feito vários comentários e o técnico André Villas-Boas também lançou algumas farpas. Considera que isso tem algum tipo de efeito sobre os jogadores?

FC – Não, claro que esses comentários passam-nos mesmo ao lado. A mim, pessoalmente, não me dizem nada. Deixo as respostas para os dirigentes do Benfica que têm essa função de responder e sabem a melhor forma de lidar com a situação. Nós, jogadores, só temos a missão de ganhar os jogos e de oferecer bons espetáculos.

R – Mas considera que a arbitragem explica esta desvantagem pontual em relação ao FC Porto?

FC – Não vou responder que sim, ou que não. Acho que as pessoas têm olhos, viram o que aconteceu nos encontros e deixo isso ao critério de todos. Eles que vejam e depois analisem o que se passou.

R – Comentou-se também que na fase má da equipa o Fábio Coentrão já não parecia o mesmo da temporada passada. Concorda que teve uma ligeira uma quebra de rendimento?

FC – As pessoas também têm de compreender que o Fábio teve um ano com muitos jogos nas pernas e a um ritmo muito elevado. Além dos jogos pelo Benfica, tive também a presença no Mundial e começou logo a pré-temporada. É normal que estivesse algo desgastado e me sentisse cansado.

R – Mas agora a equipa melhorou muito a nível exibicional. E o Fábio também subiu muito de rendimento. Voltou o “velho” Coentrão que impressionou tudo e todos na temporada passada?

FC – É certo que estive mal fisicamente durante alguns jogos. Reconheço e senti isso. Mas também não estive mal, cumpri o que me foi pedido pelo técnico. No entanto, as pessoas, e em particular os adeptos, estavam habituados ao Fábio Coentrão sempre a um ritmo muito alto, em alta voltagem. Mas agora já me estou a sentir muito bem fisicamente; nestes últimos dois jogos, frente à U. Leiria e ao Olhanense, já demonstrei que estou a voltar outra vez ao meu nível habitual e até ao final desta temporada ainda vou dar muito ao Benfica e ajudar a equipa. Posso prometer isso.

R – Foi eleito um dos melhores laterais-esquerdos do Mundial da África do Sul e mais recentemente foi colocado no melhor onze do ano pelo jornal “L’Équipe”. Sente-se um dos melhores jogadores na sua posição?

FC – Não me sinto entre os três melhores. Para mim, sou mesmo o melhor lateral-esquerdo do Mundo. Essa é a minha opinião e justifico. Se eu não disser que sou o melhor e não acreditar nas minhas capacidades ninguém vai acreditar. Tenho de ter sempre este pensamento na minha mente. Se tenho objetivos, se quero evoluir e se quero chegar longe, tenho de continuar sempre com esta ideia: “Eu sou melhor do Mundo.” É precisamente esse o caminho que tenho de seguir no meu futuro, para poder progredir na carreira.

Record

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