sábado, 18 de dezembro de 2010

Título europeu faz sonhar Eusébio

Depois da estátua e da taça, a exposição. O Estádio da Luz tem, desde ontem, um espaço consagrado ao que Eusébio construiu e conquistou no Benfica, inserido na celebração dos 50 anos da chegada do Pantera Negra ao clube da águia.
“Devo dizer que me é indiferente que ele tenha chegado a Lisboa a 15 ou a 17 de dezembro de 1960 – um detalhe insignificante; o que verdadeiramente importa é que ele chegou e escreveu páginas brilhantes da história do Benfica e do futebol português”, referiu o presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira, na inauguração. O dirigente, que ofereceu uma estatueta a Eusébio, destacou “o talento, o exemplo e o caráter de um homem que marcou o futebol português na segunda metade do século 20”.
Entre muitos agradecimentos, o antigo avançado, de 68 anos, considerou que o espaço deve inspirar não só os futebolistas atuais, mas todos aqueles que não o viram jogar. “Tudo o que fiz no futebol está aqui retratado”, observou a Record.
“A melhor homenagem já a equipa me fez na temporada passada: ter sido campeã. Um título europeu? Vamos ver. Estamos na Liga Europa e é uma questão de sorte. Oxalá entre com o pé direito frente ao Estugarda. Vencer a competição é muito difícil, mas estamos dentro. É preciso deixar sonhar, não custa nada”, disse, quando passam 50 anos da campanha da primeira vitória na Taça dos Campeões Europeus.
O irmão Hilário. Naquele que é um ensaio do futuro museu do clube estão exibidos os troféus coletivos e individuais conquistados pelo Rei. Uma coleção que ficou mais rica: a bola ontem oferecida pelos campeões europeus a Eusébio foi cedida ao clube.
Numa viagem pelo tempo, recordou o momento em que chegou ao Benfica. “Tinha um contrato de 3 anos, de 250 contos [1.250 euros]”. Em dia especial, reuniu familiares, como a mulher Flora, e a filha Carla, antigos companheiros, amigos e outros agentes do futebol, como o presidente da Liga, Fernando Gomes, e o diretor-geral da Ligas Europeias de Futebol Profissional, Emanuel Medeiros. Hilário, considerado por Eusébio o “irmão mais velho”, não faltou. “Crescemos no bairro pobre de Mafalala. O futebol deu-nos fama e dinheiro. Dos conselhos que lhe dei, só não respeitou um: ir para o Sporting”, disse, emocionado, o antigo lateral leonino.

Record

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