quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Avalancha de cartões

O Benfica é a equipa que mais cartões acumulou nas cinco primeiras jornadas da Liga. O currículo do campeão nacional contempla já 27 “cartolinas”, uma delas vermelha. Essa marca é ainda mais impressionante se se partir do pressuposto que a formação da Luz se encontra mais talhada para construir do que para destruir.
O atípico arranque de temporada do emblema da Luz não se reflete somente no lugar cinzentão (oitavo) que ocupa na pauta classificativa. Invulgar constitui, igualmente, o comando na categoria das equipas mais indisciplinadas da Liga. Uma liderança extremamente confortável, diga-se de passagem, pois o mais direto perseguidor, o Marítimo (equipa que vai defrontar na noite de sábado), soma menos nove cartões.
A conta é fácil de fazer. O Benfica é admoestado uma média de 5,4 vezes por encontro, algo que tem de ser discutido urgentemente no seio do balneário, pois Jorge Jesus não pode dar-se ao luxo de perder uma mão- cheia de jogadores, devido a acumulação de cartões, muito antes da segunda volta da Liga. A tarefa do treinador dos encarnados passa por refrear os ânimos dos pupilos de forma a estancar esta avalancha de cartões, a qual pode estar a ser originada por vários fatores.
A radiografia desta febre amarela não deixa margem para dúvidas. Qualquer das cinco rondas provocou um autêntico rombo disciplinar no plantel. Referente à jornada inaugural, a receção à Académica saldou-se por uma derrota (1-2) e cinco cartões amarelos; a visita à Choupana redundou em novo desaire (2-1) apimentado por sete amarelos; obtido diante do V. Setúbal, o primeiro êxito (3-0) no campeonato teve pelo meio a amostragem de um amarelo e um vermelho; a queda (2-1) em Guimarães ficou marcada por outro pico em termos de cartões, nada mais nada menos do que sete amarelos; a vitória (2-0) no dérbi não fugiu à regra, sendo temperada com seis amarelos.

Justificações
E o que pode estar a provocar tamanha onda de cartões? O natural menor índice físico da equipa neste arranque de época pode ser uma justificação. Quando não se consegue manter uma bitola elevada durante os 90 minutos é natural que se recorra à falta no sentido de travar os adversários. Isso permite antever um decréscimo de cartões à medida que o nível físico for aumentando.
Outra razão plausível prende-se com a resposta dos jogadores às decisões dos árbitros. Quando se protesta com veemência o mais natural é acabar-se admoestado (além disso... nunca se consegue alterar a decisão), algo que parece não ter ainda entrado na cabeça de alguns elementos do plantel, sendo aí que pode tornar-se importantíssima a intervenção de Jorge Jesus ou até mesmo de Rui Costa. Uma coisa é certa, este excesso de impulsividade necessita urgentemente de ser controlado internamente, pois a avalancha de cartões é um fator que pode fazer desequilibrar ainda mais a balança para o lado do FC Porto, que possui um “cadastro” bem mais limpo.

Fonte: Record

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