sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os insubstituíveis

O Benfica corre o risco de conseguir o maior encaixe da sua história, mas também de dizimar uma equipa ganhadora


1 Vencedor da última edição da Liga, mercê de um futebol de qualidade surpreendente, e com jogadores em plano de destaque no Campeonato do Mundo, o Benfica tem sido um alvo fácil do mercado neste defeso. É verdade que o Real Madrid foi o único a abrir os cordões à bolsa, mas não falta quem deseje que os dirigentes dos encarnados não levem tão à letra o valor fixado pelas cláusulas de rescisão. Di María já está na capital espanhola, mas David Luiz, Luisão, Fábio Coentrão, Ruben Amorim, Ramires e Cardozo, entre outros, merecem a atenção de clubes e empresários. Perante este cenário, o Benfica corre o risco de conseguir o maior encaixe da sua história, mas também de dizimar por completo uma equipa ganhadora. É que no futebol há mesmo insusbtituíveis e, por exemplo, Di María, que já não mora na Luz, dificilmente terá uma alternativa à altura. O jogo com o Rio Ave – o último da época passada e que até deu o título à equipa de Jesus – ofereceu-nos uma amostra da falta que o argentino irá fazer. Privado de Angelito, devido ao quinto amarelo averbado uma semana antes no Dragão, os encarnados sentiram grandes dificuldades para dar profundidade ao ataque e criar lances de verdadeiro perigo, pois ninguém estava habilitado a desequilibrar nas imediações da área contrária através de ações de um contra um. Em termos desportivos, o Benfica entra na nova temporada com défice no flanco esquerdo. Vieira, Rui Costa e Jesus não pretenderão, por certo, que as perdas alastrem a outros setores da equipa, como, por exemplo, a uma defesa sólida que tão bem se portou num passado recente.


2 Em termos de reforço do plantel, o FC Porto leva cvantagem nesta fase inicial da temporada. Não perdeu qualquer das suas pedras principais e ficou com mais argumentos na defesa, e, principalmente, no meio-campo e ataque. Se Bruno Alves e Raul Meireles não abandonarem o Dragão, André Villas-Boas ficará com soluções capazes de fazer inveja a muitos dos principais emblemas europeus.

3 Os clubes portugueses já trabalham em pleno e o Mundial ainda não acabou. Os amantes do futebol espetáculo têm todas as razões para se sentirem satisfeitos com a final da edição 2010. Holanda e Espanha mostraram ser as equipas melhor apetrechadas do ponto de vista técnico e dispõem agora da possibilidade histórica de se tornarem campeãs do Mundo pela primeira vez. A Laranja tem um quarteto ofensivo (Sneijder, Robben, Kuyt e Van Persie) extraordinário e a Roja o passe curto em progressão do Barcelona, que é um verdadeiro regalo para os olhos. Ambos demostraram nos últimos jogos que a derrota do Brasil não pode ser considerada humilhante e que o desempenho de Portugal esteve muito longe de constituir um fracasso.

4 Na estrada já está também a Volta a França, que promete etapas de grande emoção até final do mês. Ao contrário do ano passado, Contador e Armstrong já não são da mesma equipa. Há um épico duelo em perspetiva, até porque o norte-americano provou no prólogo que está no Tour para lutar pela vitória. Mas atrativos não faltam para Alpes e Pirenéus. Cadel Evans, Andy Schlek, Denis Menchov, Levi Leipheimer, Andreas Klöden e Carlos Sastre vão dar, por certo, o resto do colorido que faz desta competição um das mais importantes do desporto mundial.

Fonte: Blog Record de Luís Pedro Sousa

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