sábado, 17 de setembro de 2011

«Os que maltratam Cardozo são os mesmos que festejam os golos dele», diz selecionador paraguaio

O seleccionador do Paraguai acredita, sem reservas, no avançado do Benfica. Alerta que Takuara nunca fará de Aimar, mas aposta que vai continuar a fazer o que mais sabe: golos. É dessa forma, entende, que responderá aos críticos. Numa conversa em português com A BOLA, conta como esteve perto de jogar no Benfica.

Óscar Cardozo acabou de marcar o sétimo golo em cinco jogos consecutivos. Como tem acompanhado este momento muito positivo dele?
- Conheci, pessoalmente, Cardozo há pouco tempo. Claro que o acompanhava no Benfica e na selecção e é verdade que está em grande forma, a viver um momento feliz. Gostaríamos de prolongar na selecção o momento que atravessa no Benfica. É um jogador com características muito próprias, tem um jeito raro de jogar e, na selecção, temos de encontrar forma de facilitar a tarefa dele, como acontece no Benfica. Cardozo tem qualidades únicas de finalização. E responde à altura quando tem alguém capaz de servi-lo em condições. Sempre foi assim.

- Viu o jogo com o Manchester United?
- Não vi o jogo completo devido a problemas na transmissão, mas vi, depois, os principais lances. Marcou um golo muito bonito, bem construído, de certa forma até fora do habitual, do que vemos fazê-lo. Teve de movimentar-se para procurar espaço fora da área, dominar a bola e rematar, quando para ele é muito mais confortável definir na área.

- Está surpreendido?
- Na verdade, não estou. Sei que tem capacidade para fazer aquela movimentação. E também sei que bate bem com o pé direito. Claro que remata mais com o pé esquerdo, por ser canhoto. Mas é um jogador que tem, simplesmente, facilidade para concretizar e no Benfica beneficia muito do conhecimento e da confiança que os companheiros têm dele. Isso também tem de acontecer na selecção.

- Já falou com Cardozo depois desse golo?
- Não.

- Mas conversaram quando ele esteve há pouco tempo na selecção.
- Sim. Cardozo viveu momentos difíceis. Hoje, está mais maduro. Queremos tirar o maior proveito dele cada vez que venha à selecção e queremos dar-lhe condições parecidas às que tem no Benfica. Talvez tenha falado mais com ele do que com outros jogadores da selecção, porque ele esteve connosco nos últimos três jogos. Quero que ele se sinta como no Benfica, disse-lhe que tentaríamos criar as mesmas condições a que está habituado no clube. Entendo as dificuldades dele na selecção. Quando jogava [lateral-direito], gostava de cruzar para os avançados. Queremos que os laterais e os extremos o sirvam mais, para que a tarefa dele fique facilitada. Gosto de laterais e extremos rápidos e com capacidade para centrar.

- Com que opinião ficou dele?
- É uma pessoa tranquila, um grande profissional. Treina-se sempre ao máximo, nos limites, é um jogador muito responsável em tudo.

- Chegou a dizer no Paraguai que ia mudar a forma de jogar da selecção só por causa de Cardozo. Isso não é muita responsabilidade para ele?
- Não foi bem isso que disse. Só disse que queria a selecção a jogar de uma determinada maneira. E que isso iria facilitar a missão de Cardozo porque esse estilo de jogo seria mais adequado às características dele. Não sei se foi coincidência, mas ele marcou três golos em dois jogos...

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