sábado, 9 de julho de 2011

Jesus tem 13 dias para cortar oito estrangeiros

Jorge Jesus tem 13 dias para riscar oito jogadores não formados localmente do seu grupo de trabalho. 21 de Julho é a data limite para envio da primeira lista à UEFA para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões e, neste momento, o plantel tem excesso de jogadores inelegíveis. Os regulamentos apenas permitem um plantel de 25, dos quais oito devem ser formados no país, sendo ou não portugueses, e desses outros quatro têm de ser formados no clube. O que reduz a lista dos restantes para 17. Tendo em conta que ainda deverá entrar pelo menos um lateral-esquerdo vai chegar a altura em que será necessário cortar a valer.

No que diz respeito aos «estrangeiros», Artur (1), Maxi Pereira (2), Luisão (3), Javi García (4), Gaitán (5), Saviola (6), Cardozo (7), Bruno César (8), Nolito (9), Enzo Pérez (10), Garay (11), Aimar (12), Jara (13) e Jardel (14) poderiam ter o lugar praticamente garantido e sobrariam agora três vagas, a ser disputadas pelo lateral-esquerdo que deverá chegar, pelos reforços Matic, Mora e Wass, pelos regressados Urreta e Rodrigo, pelo jovem lateral Carole, e pelos guarda-redes Roberto e Júlio César. Kardec, Fernández e Shaffer rumariam a outras paragens. Mas este é apenas um exercício de muitos, e só mesmo os dirigentes e técnicos do Benfica os podem fazer, com o evoluir do estágio e do mercado. [Ver esquema em cima]

A saída de Moreira para entrada de Mika é quase «troca por troca» mesmo para a contas das inscrições. A diferença é que o primeiro contava como jogador formado no clube, o que não vai acontecer com o ex-leiriense.

Com Mika são 12 os jogadores formados localmente. E embora o número 8 seja apenas o mínimo, com um plantel tão «internacional», é de crer que Jesus queira usar o maior número de «estrangeiros» possível. Por isso, dificilmente ultrapassarão esses oito. A obrigatoriedade de ter quatro atletas formados no clube poderá significar um de dois cenários, dependentes sempre de Rúben Pinto. Se o médio ex-júnior for inscrito na lista A, sobrariam Roderick, David Simão, Nélson Oliveira e Miguel Vítor e um teria de sair. Se entrar na lista B, poderiam ficar todos. Sobram quatro vagas para futebolistas formados no país e sete nomes: Carlos Martins, Amorim, Peixoto, Mika, Nuno Coelho, Fábio Faria e André Almeida. Jesus vai precisar de riscar aqui, ou ainda mais nos estrangeiros.

Problema apenas europeu

Para o Benfica, este é um problema apenas na UEFA. Na Liga é contornável. No artigo 57 do «Regulamento de Competições» pode ler-se que, embora os clubes possam «inscrever livremente jogadores profissionais, sem qualquer restrição em função da sua nacionalidade», devem ter «oito jogadores formados localmente» e «não podem incluir no plantel e utilizar, por época desportiva, um número de jogadores com contrato de trabalho desportivo ou de formação superior a 27 jogadores da categoria sénior e a três jogadores da categoria sénior do 1º ano, que tenham sido júniores pelo mesmo clube na época anterior». Considera-se ainda «como jogador formado localmente aquele que tenha sido inscrito na Federação Portuguesa de Futebol, pelo período correspondente a três épocas desportivas, entre os 15 e os 21 anos de idade, inclusive». No entanto, a juntar a estes podem ser acrescentados ainda «20 jogadores sub-23 do clube Satélite e/ou da categoria júnior A», o que afasta definitivamente as regras da Liga das da UEFA. No limite, o Benfica poderia ter 27 jogadores não formados localmente, que poderiam ser todos estrangeiros, nenhum sénior de primeiro ano, e 20 júniores A, dos quais oito contariam como formados localmente. Segundo o que foi confirmado ao Maisfutebol pela Liga de Clubes, a regra de oito formados localmente abrange todo o plantel de 50 (27+3+20) e não apenas a base sénior de 27.

Na Liga, as contas são ligeiramente mais fáceis, mediante o número de futebolistas formados localmente que integram o actual estágio (ou mais algum entretanto contratado) e que Jesus queira manter.
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