quarta-feira, 29 de junho de 2011

R.I.P. Angélico Vieira

O Hospital de Santo António, no Porto, confirmou, pelas 23h50, a morte do actor e cantor Angélico Vieira, que ali estava internado desde sábado vítima de um violento acidente de viação que sofreu ao volante de uma viatura na auto-estrada do Norte (A1), na zona de Estarreja.

A notícia era dada como inevitável desde que o hospital anunciou, ao início da tarde de ontem, que o protagonista da série Morangos com Açúcar e ídolo de milhares de adolescentes estava em morte cerebral, para angústia dos muitos fãs que não arredaram pé da entrada do Santo António durante todo o dia.

Na sequência do acidente, o ex-vocalista da banda D´Zrt, de 28 anos, fez um traumatismo crânio-encefálico e outras lesões consideradas “irreversíveis” pelos médicos.

Durante o dia de terça-feira, Angélico deixou de respirar espontaneamente, o que levou os médicos a anunciarem a morte cerebral do cantor cerca das 14h00. “O estado de saúde agravou-se nas últimas horas e os sinais vitais foram desaparecendo”, disse fonte hospitalar.

Poucos minutos depois das 21h00, o assessor do hospital reuniu-se informalmente com os jornalistas que se encontravam no local, informando que não estavam ainda reunidas condições para que o comunicado com a confirmação do óbito fosse tornado público, uma vez que os familiares tinham levantado “questões procedimentais” sobre uma matéria que, frisou, não podia divulgar.

Apesar das perguntas dos jornalistas, o assessor recusou-se a dizer de que “questões procedimentais” se tratava, confirmando apenas que Angélico continuava ainda ligado ao ventilador.

Estas questões estariam, sabe o PÚBLICO, relacionadas com a eventual doação de órgãos, cuja colheita só pode acontecer com a pessoa ventilada. Sobre isto nada foi adiantado, mas também não foi negado.

Por volta das 21h00, a família deixou o Santo António e a expectativa do hospital era a de que os familiares contactassem os médicos ainda no mesmo dia dando-lhes conta da sua posição, o que acabaria por acontecer poucas horas depois.

Ao início da noite, a polícia vedou o acesso à entrada principal do hospital, obrigando os muitos fãs que ao longo do dia se foram concentrando a recuar e deixando aquele espaço apenas para os jornalistas. Por instantes houve alguma histeria, quando a actriz Laura Galvão e amiga de Angélico se dirigiu aos fãs com as lágrimas nos olhos para dizer: “É um momento difícil para todos nós. Temos de ser fortes”.

Angélico Vieira morreu no mesmo dia em que o seu amigo Hélio Danilson Filipe, 25 anos, que teve morte imediata no mesmo acidente, foi a enterrar. Quanto a Arminda Leite, 17 anos, que ficou ferida com gravidade, permanece internada com prognóstico reservado. O quarto ocupante da viatura, Hugo Pinto, o único que seguia com o cinto de segurança colocado, sofreu apenas ferimentos ligeiros.

Público

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