quarta-feira, 25 de maio de 2011

Jesus contra saída de Roberto

Valendo-se da esperança, que no futebol também é a última a morrer, Jorge Jesus ainda confia na possibilidade de conservar Roberto no plantel do Benfica em reconstrução para 2011/12, estando nos planos do treinador rematar o trio de soluções para a baliza com Artur - recém-contratado a custo zero e escolhido para ser o novo número um das redes encarnadas - e ainda Moreira, o mais antigo na Luz. Determinante na tese fundamentada por Jesus é a incorporação de um novo preparador de guarda-redes na estrutura técnica em substituição de Luís Matos, elemento que, tal como O JOGO noticiou ontem, foi dispensado pelo seu (ex-)chefe de equipa.

A vontade do treinador de travar a saída do espanhol que fracassou no seu primeiro ano em Portugal esbarra, contudo, no entendimento do presidente Luís Filipe Vieira, a quem desagrada a hipótese de ver sentado no banco de suplentes, jogo após jogo, um activo cujo passe custou 8,5 milhões de euros há quase um ano. Vieira daria prioridade a uma transferência, caso surgisse uma oferta decente - coisa que, todavia, não se afigura fácil -, e procederia depois à recomposição do núcleo de "keepers" - Courtois (Genk) está referenciado -, de onde já saltou Júlio César, que, conforme noticiado por O JOGO, vai ser colocado noutro clube.

Ponderando o assunto pela perspectiva pura e dura do negócio, o empréstimo poderia configurar uma resolução bem mais realista do que o quadro de venda - em baixa -, sendo a eventualidade de cedência compreendida como um esforço para promover a recuperação do valor de mercado do espanhol, que tem alguns emblemas do outro lado da fronteira a acenarem-lhe convites, embora pouco interessados em abrirem os cordões à bolsa por um jogador desvalorizado.

Bem diferente é a leitura de Jorge Jesus, pois defende um caminho alternativo, que é o da permanência do guarda-redes por quem se atravessou no último defeso, por quem se bateu no sentido de convencer Vieira a investir milhões numa contratação que idealizara como vital para elevar os níveis de segurança da baliza do Benfica. A expectativa, porém, saiu furada ao longo da temporada, alegando agora o treinador entre paredes que isso se deveu à falta de competência na preparação dos guardiães.

Ao detectar e ressaltar insuficiências no trabalho específico com os guarda-redes, referindo-se em particular aos cruzamentos e às saídas da baliza, Jesus transfere ou atribui responsabilidades a Luís Matos por boa parte dos falhanços caricatos de Roberto, reunindo desta forma explicações e justificações para as intermitências do espanhol e a consequente intranquilidade passada aos colegas de sector.

Jesus acredita que, contratando um treinador especializado com outro tipo de qualificação e capacidade - ver página ao lado -, conseguirá melhorar o rendimento do leque de opções para a baliza e assim reabilitar a imagem de Roberto, embora projecte a nova época pensando em Artur para figura maior, mas sempre em acesa luta com o ex-Saragoça. A Moreira continuará a pertencer o papel de terceiro guarda-redes, ajudando à quota de jogadores formados no clube.

OJogo

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