sábado, 27 de novembro de 2010

Amigos, amigos negócia à parte

Luís Filipe Vieira garantiu, na última intervenção pública sobre a situação do treinador, que a continuidade deste não estava em causa. “Que fique bem claro para todos que Jorge Jesus não está a prazo, mas sim comprometido e empenhado em continuar a trabalhar e a dar ao Benfica o melhor do seu saber e competência”, disse o presidente dos encarnados, no passado dia 13, na Nazaré. Mas fica a pergunta: até quando?
A questão surge tendo em conta o historial das apostas de Vieira para o cargo de treinador do conjunto encarnado. Jesualdo Ferreira, José Antonio Camacho e Fernando Santos foram elementos por quem o dirigente, de 61 anos, se empenhou. No entanto, quando chegou ao momento de decisões e de mudar, não olhou a amizades ou escolhas pessoais.
Jesus, de 56 anos, foi o treinador português a quem o líder das águias entregou o comando do plantel. A 17 de junho de 2009, em plena corrida eleitoral, o técnico amadorense foi anunciado como sucessor de Quique Flores. Vieira, que viria a ser eleito para 3.º mandato, confiava cegamente no ex-treinador do Sp. Braga: “Vai ser muito difícil correr mal com Jesus”, disse, à RTPN, na véspera da apresentação.
As expectativas foram cumpridas. No primeiro ano da era Jesus, o Benfica foi campeão, o que valeu a extensão do contrato do treinador até 2013. Já em março, Vieira reforçava a aliança, em entrevista à SIC: “Jesus tem sido peça fundamental no sucesso da equipa.”
Plantel pedido
Desportivamente, as circunstâncias mudaram e a temporada está a correr muito aquém das expectativas. Ainda assim, em entrevista ao jornal do clube, Vieira negou a existência de “qualquer má relação” com o técnico, mas sublinhou: “Agora, na forma de viver, de compromisso com o Benfica, talvez seja diferente porque nem todos somos iguais.”
O dirigente aproveitou, ainda, para esclarecer que os ajustamentos no plantel será ponderado “em termos financeiros”. “Temos o plantel por ele [Jesus] pretendido e só se aparecesse uma boa oportunidade de negócio é que iríamos ao mercado.”
A situação de Jesus também terá de ser ponderada. Para que mais tarde não se arrependa, como aconteceu com Santos, destituído após empate (1-1) na 1.ª jornada da Liga, diante do Leixões. [...]

Record

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