sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"Golias contra David na Luz"

“Este duelo vai ser uma espécie de David contra Golias”, assim antevê Henrique Nunes o reencontro com Jorge Jesus, amanhã à noite, no Estádio da Luz. Este jogo nada tem de bíblico, nem muito menos de imaginário. É bem real. Mas ao treinador do Benfica está reservado o papel de gigante, por a equipa que comanda apresentar argumentos bem mais fortes do que os do Arouca.
Ao contrário do episódio contado no Antigo Testamento, esta história não tem inimigos. Trata-se de um duelo com barbas, protagonizado entre velhos conhecidos. Rostos de uma geração de treinadores, os confrontos entre Jesus, de 56 anos, e Nunes, de 55, remontam ao tempo em que ainda eram jogadores, há mais de duas décadas.
Mas foi no banco que travaram mais “batalhas”, na década de 90: Jesus como treinador do Amora e do Felgueiras; Nunes como responsável do Feirense, clube ao qual está intimamente ligado. As carreiras seguiram, depois, direções diferentes. O amadorense é, hoje, um dos treinadores com mais jogos realizados (307) na Liga, enquanto o seu adversário de amanhã é o que mais vitórias (135) contabiliza no 2.º escalão profissional. “Excetuando o ano em que orientei o Gil Vicente, que tinha como objetivo a subida de divisão, todos os outros projetos visavam a manutenção. Por isso, entendo que esta é uma marca relevante.”
Sublinhando a “relação perfeitamente normal” que mantém com o timoneiro da nau encarnada, Nunes destaca a ascensão deste, que começou na 3.ª divisão, ao serviço do Amora, em 1989/90, levando o clube até à 2.ª Divisão de Honra.
“Fico contente por o ver chegar a um colosso como o Benfica, depois de ter começado lá em baixo. Regozijo-me com o trabalho que tem feito no clube. Ainda por cima, trata-se de um treinador português a quem foi dada mais uma oportunidade”, refere, notando que hoje em dia os jovens técnicos têm mais oportunidades de trabalhar no escalão principal. Assim, não tem dúvidas em afirmar: “Com o currículo que tenho, se tivesse estes dirigentes, teria a mesma a minha oportunidade.”
Depois de Braga... Há duas épocas, quando orientava o D. Aves, defrontou o Sp. Braga de Jesus, em jogo de preparação realizado na cidade dos arcebispos. Quase 2 anos depois, os dois treinadores reencontram-se na Luz, desta vez numa partida a sério.
“Tenho noção do valor da nossa equipa e do Benfica. Há uma diferença muito grande. Depende do Benfica o que podemos fazer”, reconhece. No entanto, como na Bíblia, este David também tem esperanças em derrubar o Golias. “Temos de acreditar e pensar que é possível. Não há impossíveis”, sustenta, advertindo: “O Benfica é acutilante no ataque, tem muitas soluções, mas não nos vamos preocupar com um jogador apenas. Isso reduziria as nossas possibilidades.”

Fonte: Record

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