segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Às pelo ar

No Brasil, dadas as suas características e o respetivo percurso, Alan Kardec não demorou a ser considerado como o sucessor de Mário Jardel. Tal como o ex-avançado do Sporting jogou no Vasco da Gama e teve uma passagem pelo futebol gaúcho, e facilmente se destacou pelo jogo aéreo. Esta qualidade acabou por lhe abrir as portas da seleção brasileira de Sub-20, prova onde acabou por conquistar definitivamente a confiança de Jorge Jesus.
O técnico nunca escondeu que a contratação de Alan Kardec era uma opção pessoal sua. JJ viu no brasileiro, de 21 anos, as características necessárias para se tornar num avançado de referência. “É um miúdo que tem tudo para ser um excelente jogador”, assinalou o responsável técnico dos campeões nacionais no final da partida com o Arouca, comentando a exibição do seu pupilo que bisou, e ainda permitiu a recarga vitoriosa do 200.º golo de Saviola.
Uma das principais preocupações que os responsáveis do Benfica têm mostrado é a proteção ao sul-americano. Na Luz Kardec é visto por muitos como o sucessor natural de Cardozo. Forte fisicamente, movimenta-se bem e, de cabeça, mostra-se tecnicamente melhor que o Tacuara. Falta-lhe ainda o poder de fogo e o oportunismo do internacional paraguaio, mas estas qualidades ainda podem ser lapidadas a médio prazo.
Como todos os atacantes que passam largos períodos de tempo sem marcar o camisola 31 não escondeu que estava a passar uma crise de confiança que parece ter sido ultrapassada na Taça de Portugal. Aliás, quando apontou o primeiro tento, o jogador fez questão de agradecer a ajuda divina que o auxiliou a ultrapassar o período de seca.
Lesão
A carreira do futebolista em Portugal ainda é curta. Chegou a Lisboa nos últimos dias de 2009, e foi de imediato inscrito na reabertura do mercado. Durante as sessões de trabalho foi visível a preocupação de Jorge Jesus em corrigir as movimentações do novo pupilo. Os primeiros seis meses de 2010 funcionaram como uma fase de aprendizagem e adaptação de Kardec ao futebol europeu.
Na nova temporada, aproveitando a chegada tardia de Cardozo devido à participação no Mundial da África do Sul, o ponta-de-lança não deixou os seus créditos por mãos alheias e, na pré-época, conseguiu assumir-se como a referência ofensiva da equipa até à chegada do companheiro. Depois, no pior momento, veio o infortúnio: lesionou-se na véspera do desafio com o FC Porto, para a Supertaça. Parou, perdeu ritmo, mas parece ter agarrado a oportunidade surgida com o azar que atingiu o camisola sete no jogo em Gelsenkirchen.

Fonte: Record

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