O desvio de El Mago para o flanco direito no desafio de França baseou-se numa lógica de proteção ao extremo reduto: colocado no meio, Carlos Martins recuava para junto de Javi García quando o Benfica estava sem a bola; mal esta era recuperada, Aimar dirigia-se para as costas dos avançados, Saviola e Kardec, procurando a partir daí dar largas à imaginação.
A opção não foi bem sucedida nem defensiva (Carlos Martins viria a perder infantilmente a bola, dando origem ao primeiro golo dos gauleses, apontado por Briand) nem ofensivamente (o Benfica não conseguiu enquadrar um único remate à baliza de Lloris).
Hoje à noite, por ocasião do jogo referente à 8.ª jornada, Jorge Jesus já não irá repetir este esquema: o camisola 10 irá atuar no meio, mesmo quando a equipa não estiver com a bola.
Três tarefas
O internacional argentino, de 30 anos, chegou ao Benfica em 2008 e desde então já disputou 53 jogos no campeonato nacional. El Mago atuou em três posições distintas na prova de regularidade... mas nunca sobre a direita.
Quique Flores foi o primeiro treinador de Aimar no clube da Luz e apostou nele quase sempre como segundo avançado, colocando-o nas imediações de Cardozo ou Suazo. El Mago jamais conseguiu disfarçar a inaptidão ao lugar, raramente assinando uma exibição de encher o olho – o camisola 10 também foi utilizado episodicamente no lado esquerdo do meio-campo no 4x4x2 clássico do espanhol.
O consulado de Quique Flores foi abreviado e em 2009 Jorge Jesus tomou as rédeas da equipa. A partir desse momento, o sul-americano estabilizou no vértice mais adiantado do losango. Quem ficou a ganhar foi o coletivo: muitos dos golos que conduziram o Benfica ao título foram originados pela sociedade que Aimar estabeleceu com Saviola.
Fonte: Record
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