quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O eterno inconformado

A cumprir a terceira temporada de águia ao peito, Carlos Martins nunca conseguiu alcançar o estatuto de titular indiscutível, mas mantém-se como uma opção de luxo para qualquer treinador. Fazendo um paralelismo com a NBA, não seria muito difícil atribuir ao internacional português o título de suplente mais valioso da Liga. O jogador, de 28 anos, aproveitando a ausência de Salvio, por motivos físicos, destacou-se nas últimas duas partidas e mostra-se como solução válida para o dérbi, mesmo que o argentino consiga recuperar até domingo.
Após ter ganho a confiança de Jorge Jesus na Supertaça, o médio-ofensivo acabou por ser uma das vítimas da derrota averbada pelos campeões nacionais em Aveiro. A gradual recuperação física de Maxi Pereira e a chegada do ex-colchonero acabaram por relegar uma vez mais Carlos Martins para o banco de suplentes, tornando-o assim uma alternativa para refrescar o meio-campo das águias. Agora tem a possibilidade de dar mais ao conjunto.

Poder de fogo
Desde cedo, quando despontou nas camadas jovens do Sporting, que o camisola 17 começou a destacar-se pela força do remate. Ciente do seu potencial, o futebolista não enjeita de tentar a sorte sempre que ganha espaço frente à área adversária, mesmo que ainda esteja a mais de 30 metros da baliza dada a violência do seu pontapé que, normalmente, costuma colocar sempre em grandes dificuldades os guarda-redes contrários.
Sendo assim não é de estranhar que o seu nome, invariavelmente, surja no top da lista dos mais rematadores. Frente ao Hapoel realizou mais de metade dos tiros à baliza contrária (cinco num total de oito), tendo também apresentado a pontaria afinada, pois em três ocasiões obrigou o guardião israelita a brilhar. Também deve ser sublinhado que o cruzamento que originou o primeiro golo do Benfica saiu do seu pé direito.
A nível interno os números são menos impressionantes, o que acaba por ser natural visto que Carlos Martins só fez parte da equipa inicial em Guimarães onde, apesar da derrota, acabou por ser o elemento mais inconformado. Certo é que mesmo saindo do banco nos três primeiros encontros, o futebolista divide com Cardozo a segunda posição nas estatísticas de finalização, ambos com oito remates cada. Melhor só Saviola que já tentou chegar ao golo em nove ocasiões. Tendo em conta que os rivais internos são os avançados e têm lugar cativo no onze, a performance de Martins merece ser destacada.

Impulsivo
O seu momento de forma e a paragem de Salvio podem ser decisivas para que Carlos Martins ganhe mais uma oportunidade de assumir um papel de maior relevo na equipa frente ao Sporting. Como é natural este encontro tem sempre um sabor especial para um atleta que sempre se sentiu desaproveitado em Alvalade, e teve mesmo de sair para poder singrar. O grande obstáculo do jogador continua a ser a sua impulsividade, que lhe tem custado sanções disciplinares.

Fonte: Record

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