35 milhões para ser bicampeão

ÁGUIAS PROCURAM SEXTO E SÉTIMO REFORÇO

O investimento do Benfica no reforço da equipa ascende já aos 34,4 milhões de euros. O objetivo principal do clube da Luz passa por se sagrar bicampeão português, algo que não sucede desde a longínqua época de 1983/84, então sob o comando do sueco Sven-Goran Eriksson. A segunda meta do conjunto de Jorge Jesus é o apuramento para a fase a eliminar (oitavos-de-final) da Liga dos Campeões, situação que muito contribuirá para suavizar este avultado esforço financeiro.

A SAD do emblema encarnado chega a 2010/11 e depara-se com uma bifurcação na estrada. Ou aproveita a valorização dos ativos e transfere-os por verbas chorudas, encolhendo-se na hora de investir, o que lhe iria limitar as expectativas relativamente à nova temporada. Ou mantém a bitola elevada na tentativa de conquistar uma hegemonia há muito perdida a nível interno, piscando ainda o olho ao jackpot da Champions. A escolha recai sobre a segunda opção. Em entrevista à Benfica TV, concedida a 2 de agosto, Luís Filipe Vieira admite sem meias palavras a filosofia vigente na Luz. “Esta é a equipa mais cara de sempre do Benfica, mas também a que acalenta maiores ambições”, refere o presidente do clube encarnado, elevando – e de que maneira! – a fasquia desportiva.

A cúpula diretiva das águias mete, então, mãos à obra e procura dotar o plantel de armas que lhe permitam bater-se nas duas exigentes frentes de batalha. A maior fatia do bolo é gasta na contratação de Roberto, o tal guarda-redes que garantia pontos, e de Gaitán, encarado na altura como o sucessor de Di María. Dezassete milhões de euros é a verba despendida na captura de ambos. O volume de negócios duplica através da aquisição de Jara, Rodrigo, Fábio Faria, Traoré e ... talvez Salvio, pese a transferência deste último atleta se encontre “tremida” devido ao envolvimento do FC Porto.

Falta um

O mercado é como uma porta de um bar do faroeste. A frase é de José Mourinho e transmite fielmente o facto de um plantel estar sempre aberto a um bom negócio. O Benfica está empenhado na captura de um oitavo reforço, pois sente necessidade de equilibrar as alas. A SAD dos encarnados possui vários extremos referenciados, devendo partir para a aquisição de um deles nos próximos dias, ou seja, mal dê por concluídos os dossiês Traoré e... Salvio.

O olhar do clube deve incidir, desta feita, sobre um jogador comunitário, sendo pelo menos essa a perspetiva existente nos corredores da Luz. No entanto, e voltando a lembrar a tirada do treinador do Real Madrid, a volatilidade do mercado, nomeadamente quando este entra na reta final, pode conduzir o Benfica a outras paragens. Embora tenha adquirido até ao momento quatro jogadores oriundos do Velho Continente, o clube da Luz mantém sob a sua alçada diversos trunfos na América do Sul. É dessa parte do globo, mais concretamente da Argentina, que provêm duas (ou três...) das principais aquisições até ao momento: Gaitán, Jara e... talvez Salvio, igualmente cobiçado pelo FC Porto. O filão das pampas, esse, assume uma boa quota parte de responsabilidade no título 2009/10, pois ninguém esquece a magia e o perfume espalhados pelos quatro cantos de Portugal por Di María, Aimar e Saviola.

Encaixe avultado


Não se pode dirigir o olhar apenas para uma das faces da moeda. O Benfica tem 34,4 milhões de euros investidos em reforços, mas apresenta igualmente uma elevada cifra no que toca a vendas. A transferência de Ramires e Di María gerou um encaixe automático de 42 milhões de euros, verba que pode ascender a 53 milhões de euros.


A conta parece complicada mas é simples de fazer. O Real Madrid paga à cabeça 25 milhões de euros por Angelito, mas o Benfica pode ainda receber mais 11 milhões de euros, tudo dependendo da utilização do internacional argentino (5 milhões de euros) na equipa merengue, bem como dos prémios que venha a receber devido à performance desportiva (6 milhões). Por outro lado, o clube da Luz começa por ceder metade do passe de Ramires (6 milhões de euros) à empresa dirigida por Kia Joorabchian. O brasileiro acaba por ser vendido ao Chelsea por 22 milhões de euros, tendo o Benfica auferido metade da quantia (11 milhões de euros).

Fonte: Record