Jorge Jesus abordou a Supertaça com um meio-campo que pouco tinha a ver com aquele que lhe serviu de base para a conquista da Liga. A estrutura (em diamante) era idêntica, mas os executantes diferentes: só Aimar tinha lugar cativo no losango que tão bons resultados obteve na temporada transata (Ramires e Di María foram transferidos; Javi García está em baixo de forma), o que não podia deixar de refletir-se no equilíbrio do sector.
Javi García deu lugar a Airton, um elemento de cariz eminentemente defensivo, ao contrário do espanhol, o qual assume alguma preponderância no processo ofensivo... até no que toca à finalização. O jogador do país vizinho foi dono e senhor do vértice recuado do losango, em 2009/10, tendo superado a fasquia dos dois mil minutos. Por outro lado, Ramires rumou ao Chelsea, abrindo um espaço difícil de preencher no lado direito do diamante.
Carlos Martins evoluiu anteontem à noite nessa posição, mas não conseguiu disfarçar a menor apetência para palmilhar o terreno e auxiliar o sector defensivo – o português é bem mais “macio” que o brasileiro quando a equipa parte em busca da bola. Jorge Jesus tinha isso em consideração na época transata, o que o levou a apostar muito mais vezes no Queniano.
O lado esquerdo do quadrilátero estava o ano passado entregue ao fantasista Di María, enquanto em Aveiro aí atuou Coentrão. O português concedeu balanceamento ofensivo à equipa, mas não tanto como Angelito, o qual beneficiava da proteção de... Fábio, já então transformado num lateral de classe superior.
Javi está à espreita
Javi García continua à espreita da titularidade, assumindo-se como candidato ao onze na receção à Académica, agendada para domingo e referente à jornada inaugural do campeonato. O espanhol vem recuperando paulatinamente a forma que o tornou imprescindível na temporada transata, devendo surgir no final desta semana bastantes furos acima do que lhe foi visto ao longo da pré-época.
Os jogos de preparação desnudaram um Javi García lento, sem tempo de entrada aos lances e até, por vezes, “maldisposto”, o que concedeu alguma vantagem a Airton. O brasileiro, de 20 anos, foi o eleito para a Supertaça, à semelhança do que acontecera em grande parte dos jogos particulares, mas exibiu-se um pouco abaixo do que se esperava, acusando a falta de apoio dos restantes elementos do losango.
Fonte: Record
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